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domingo, 16 de maio de 2010

Tempo para repouso

de Vida

Tempo para repouso


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Caio Lauer

Ter tempo livre para descanso, lazer e alimentação pode ser a opção certa para que os profissionais tenham aumento da produtividade nas empresas. As corporações enxergaram que os intervalos no decorrer da jornada de trabalho podem beneficiar nas atividades e na qualidade de vida de seus colaboradores, sem atrapalhar as metas e resultados.

As pausas podem ser organizadas ou livres, mas a tendência é que as companhias flexibilizem cada vez mais esses intervalos. Há empresas que instituem intervalos fixos, geralmente na metade dos períodos de manhã e tarde. Porém, existem companhias que preferem que o próprio colaborador faça seu horário, com o intuito de deixá-lo mais livre e mostrar confiança em sua produtividade.

Para distanciar as pessoas do convívio puramente profissional nas salas de reunião ou estações de trabalho, muitas organizações vêm instalando espaços de relaxamento desconectados da atmosfera da corporação. Esses locais de descontração estão relacionados a uma série de vantagens: contatos muito mais propícios à troca de ideias, pessoas com mais liberdade para serem criativas e, principalmente, uma verdadeira sensação de bem-estar no trabalho.

“Disponibilizamos aqui um espaço de confraternização interna, se ele (colaborador) quiser ir lá bater um papo com sua turma, por exemplo”, relata Claudinei Benzi, diretor executivo da Totvs Curitiba, empresa de software, inovação, relacionamento e suporte à gestão. Benzi aponta que o profissional pode utilizar também o espaço de relaxamento, onde tem um local reservado para leitura. “Tentamos desconectá-lo do dia a dia do trabalho”, completa.

Outra característica peculiar de alguns locais para relaxamento é a parte arquitetônica, muito diferente do ambiente de trabalho. A intenção é fazer o profissional se desligar totalmente do clima que vive no dia a dia. “Em diversas áreas, e na nossa não é muito diferente, o profissional acaba se envolvendo tanto no dia a dia da empresa que, com essa pausa, ele consegue se desconectar daquele ritmo que vem atuando”, lembra o diretor da Totvs Curitiba. Benzi afirma que essa desconectada é importante para clarear aqueles pontos, despertar criatividade e buscar alternativas para as questões mais complexas das atividades.

Eventos de confraternização entre colaboradores também podem servir como válvula de escape do estresse cotidiano. Um bom exemplo fica na Totvs Curitiba, onde é realizado todo mês um festival gourmet. “Qualquer profissional que tenha uma habilidade culinária ou goste de preparar algum tipo de prato, assume nosso espaço gastronômico e prepara para os demais participantes”, explica Benzi. De acordo com o diretor da Totvs, o evento gastronômico é uma atividade voluntária e foi criada para que as pessoas tenham uma integração maior e para mostrarem coisas diferentes do que fazem no trabalho.

Mesmo quando não há pausas, os colaboradores devem usar outros meios para se descontrair a fim de fugir do estresse. Uma parada para navegar na internet ou um breve alongamento podem ser boas opções, mesmo sem sair da mesa ou estação de trabalho. “Se o colaborador não pode sair da sua mesa, deve procurar algo no próprio computador que seja fora do trabalho, como ver um vídeo que o descontraia, ler um livro ou se alongar na própria cadeira”, indica Cecília Shibuya, vice-presidente da ABQV - Associação Brasileira da Qualidade de Vida. Para ela, o principal é transformar o local de trabalho em um ambiente de bem estar.

Uma pessoa que esteja sempre correndo, não faz pausas, come rapidamente, não faz relaxamento e está sempre vivendo em função do trabalho, está sujeita a um estresse maior. Isso acarreta possíveis afastamentos, provocando o absenteísmo, o que também não é interessante para as organizações. “Hoje, a preocupação com a qualidade de vida nas empresas está cada vez mais forte porque percebe-se que se criadas ações como ginástica laboral, palestras com temas diferenciados, quick massage e tudo que puder criar de bem- destar para o funcionário, vai repercutir na produtividade e na rentabilidade”, mostra Cecília.

A Associação Americana para o Avanço da Ciência (em inglês American Association for the Advancement of Science ou AAAS), organização internacional sem fins lucrativos que promove a cooperação entre os cientistas, aconselha uma pausa diária entre uma hora e uma hora e meia, mas para a realidade das empresas isso é impossível. Cecília Shibuya observa: “às vezes as pessoas trabalham, depois vão direto para faculdade e ainda precisam cuidar da casa. As empresas estão percebendo a importância de criar espaços de bem-estar onde pode ter uma quick massage e técnicas de relaxamento, por exemplo”.

Todos esses benefícios devem ter o respaldo de uma estrutura que realmente desenvolva e motive o relaxamento. “Não adianta ter uma sala onde possa cochilar e relaxar, se as pessoas ficam falando ao celular, ouvindo música alta e conversando”, diz Cecília. Segundo a vice-presidente da ABQV, o ideal é criar um ambiente tranquilo. “músicas que sejam as mais relaxantes possíveis, em um ambiente com uma iluminação mais baixa onde a pessoa se sinta bem”, indica.

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