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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Mentiras em currículos serão punidas com prisão

Mentiras em currículos serão punidas com prisão
18 de Maio de 2010
Projeto de lei propõe a detenção de dois meses a dois anos

Que atire a primeira regra quem nunca “arredondou para melhor”, intencional ou não intencionalmente, alguma informação em seu currículo. Tão antigas quanto entrevistas de emprego, as distorções na apresentação profissional podem agora se tornar crime. O projeto de lei nº 6561/09, que tramita na Câmera dos Deputados, estabelece pena de dois meses a dois anos de detenção para quem inserir informações falsas no currículo.



Embora acreditem que, caso aprovada, esta será mais uma lei que não sairá do papel, profissionais de Recursos Humanos (RH) admitem que parte dos currículos que avaliam costuma conter informações duvidosas. Alguns trazem dados errôneos sobre formação básica e superior, só desmascarada no momento da apresentação de documentos.



“ Mesmo para cargos executivos é comum que candidatos informem nos currículos uma formação que na verdade não existe ou está incompleta”, diz Francis Nakada, consultor da Produtive Outplacement e Planejamento de Carreira. Quando a farsa é descoberta, o resultado é a revogação imediata do contrato.



Outras inverdades comuns são o tempo de permanência do candidato em cada emprego, ocupação de cargos alcançados e conhecimento em atividades com as quais não teve contato.



“Algumas vezes o candidato nem chega a mentir, mas diz que conhece mais um idioma ou software do que realidade domina”, explica Mariana Lucas Uebel, consultora de Negócios e de Gestão de Pessoas da Equilibrium. Se, para desmascarar uma mentira sobre formação basta dar um telefonema ou pedir documentos, para saber a verdade sobre conhecimento é mais complicado.



“A saída é fazer uma entrevista pessoal com o candidato, abordando aspectos de seu conhecimento”, sugere Mariana. O ponto frágil quanto às inverdades, explica Simone Kramer da Silva, diretora de Eventos Científicos da Associação Brasileira dos Recursos Humanos no Estado (ABRH-RS), é diferenciar questões interpretativas de mentiras. “Por isso, cada vez as empresas se baseiam menos em currículos para contratarem, optando mais por pesquisas detalhadas e análise prática de experiências e conhecimento do candidato”, diz.

Não que sejam totalmente angelicais em suas descrições profissionais, mas os gaúchos são reconhecidos por mentir menos. Especialistas observam que o problema é outro: o excesso de humildade. “Por aqui, o mercado é menor, os profissionais se conhecem; não há muito espaço para inventar”, diz Nakada. O gaúcho parece que não se sente tão à vontade para se vender nos currículos, informando o básico. Recentemente, a Produtive começou a operar em São Paulo e verificou que por lá os currículos costumam ser mais enfeitados e, por consequência, também trazem mais dados duvidosos.

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