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domingo, 16 de maio de 2010

O PESO DOS VALORES PESSOAIS

O PESO DOS VALORES PESSOAIS


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* Ana Maria Rossi


Você sente satisfação pessoal naquilo que faz, profissionalmente?

A resposta, acredite, pode ser o ponto de partida para a prevenção do excesso de estresse! Nem só de um alto salário ou de benefícios vive um profissional... Os valores da empresa e se sentir bem em relação ao trabalho que executa faz toda a diferença para sua saúde física e mental. A constatação não é apenas minha, mas também da maior especialista em Burnout do mundo, a professora de Psicologia da Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos Estados Unidos, Christina Maslach, Ph.D..

Burnout é um nível devastador de estresse, que pode levar a depressão, além de causar uma exaustão total. Obviamente, quem sofre de Burnout tem não apenas a vida profissional, mas também a vida pessoal seriamente afetada. Christina esteve, em junho deste ano, em Porto Alegre (RS), em sua primeira visita ao Brasil, para falar aos participantes do VI Congresso de Estresse da ISMA-BR. Ela disse que as pessoas precisam se perguntar:

O que faço em meu trabalho satisfaz minha alma?

E citou o exemplo de uma mulher que atuava numa empresa imobiliária que devastava áreas verdes para a construção de imóveis. Só que esta mulher tinha uma filosofia ecológica e de preservação ambiental muito arraigada. Então, por mais que o salário fosse ótimo e as condições de trabalho também, existia uma incompatibilidade ideológica entre aquilo em que ela acreditava e o que precisava fazer todos os dias. Aos poucos, isso foi minando suas resistências e ela apresentou problemas de saúde sérios - era estresse demais!

Este exemplo mostra que nossas crenças - aquilo em que acreditamos - é extremamente importante para exercemos qualquer tipo de função. Excesso de trabalho, carga horário apertada e extensa, cobrança demais. Tudo isso importa, é claro, mas os valores pessoais e o da empresa contam e podem ter um peso enorme na atuação e, principalmente, na satisfação profissional de cada um.

Respeitar aquilo em que se acredita não é idealismo - no mercado atual, é autopreservação. E isso segue o antigo conceito pregado pelos orientais de que somos seres holísticos, não compartimentados. Enfim, a prevenção também passa por identificar e respeitar a filosofia corporativa e fazer com que cada colaborador se sinta à vontade com isso. Nesta esteira entram, ainda, investimentos em programas de responsabilidade social, reconhecimento do trabalho que cada um exerce, feedback que os membros de uma equipe recebem. É uma rede, uma corrente corporativa do bem!



* Ana Maria Rossi, Ph.D, é presidente da ISMA-BR, International Stress Management Association no Brasil, e organizadora do livro recém-lançado "Stress e Qualidade de Vida no Trabalho – Perspectivas atuais da saúde ocupacional" (Editora Atlas).
Mais informações no site www.ismabrasil.com.br

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