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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Confira a entrevista que Leila Navarro concedeu ao Diário de S. Paulo sobre carreira e futuro.

Confira a entrevista que Leila Navarro concedeu ao Diário de S. Paulo sobre carreira e futuro.

O que as empresas esperam do profissional que entra no mercado de trabalho?

Esperam que ele tenha uma sólida base de conhecimentos, é claro, e também uma série de atitudes essenciais hoje em dia no mundo corporativo: criatividade, capacidade de adaptar-se a qualquer circunstância, assertividade, automotivação e facilidade de relacionamento, por exemplo. As empresas precisam de pessoas preparadas para aceitar desafios, inovar e empreender novos negócios. E essas qualidades infelizmente não se aprendem na faculdade, mas na vida, com as experiências que temos e o interesse em nos tornar seres humanos mais desenvolvidos, equilibrados e felizes.

Qual a importância do estágio para a formação do profissional?

Acredito que a importância está justamente em proporcionar as experiências que ajudam o jovem a desenvolver essas qualidades. No estágio ele aprende a lidar com o chefe exigente, os colegas que pensam diferente, a oportunidade de inovar, a necessidade de usar a criatividade e o talento para encontrar soluções para os problemas... O estágio pode ser um grande laboratório para o futuro profissional, desde que ele saiba tirar proveito dessa experiência, é claro.

Dá para projetar quais serão as profissões do futuro? Ou, pelo menos, em que áreas haverá mais postos de trabalho e maior perspectiva de crescimento?

As profissões do futuro estão bem diante dos nossos olhos. Basta observar para onde as coisas estão indo com relação ao estilo de vida, o comportamento, a tecnologia, os serviços. Uma das tendências, por exemplo, é a preocupação com o meio-ambiente, que está fazendo surgir profissões que não existiam antes – como especialistas em recursos renováveis, gestão de água e solo, geração de energia limpa, construções ecológicas ou saúde ambiental. Para quem deseja conhecer as profissões do futuro, basta estar atento às tendências que já se mostram hoje.

Apontaria alguma profissão ou área que esteja fadada a desaparecer? Citaria como exemplo a de agente de viagem, dado que, cada vez mais, as pessoas compram seus pacotes via internet?

Uma ou outra profissão pode realmente desaparecer, mas acredito que a tendência de todas elas é transformar-se para uma nova realidade. Se o agente de viagem não poderá vai mais viver da venda de passagens, terá de inventar uma nova maneira de atender seus clientes. Ele pode, por exemplo, especializar-se em montar pacotes de viagem personalizados, organizar viagens de turismo ecológico, turismo de aventura, turismo gastronômico... É por isso que eu digo: o profissional moderno tem de ser criativo, ter espírito inovador e capacidade empreendedora. Com essas qualidades, ele nunca ficará fora do mercado.

Como o jovem pode aproveitar ao máximo a faculdade a fim de se tornar um profissional melhor?
O ambiente universitário é fantástico, é um mundo onde há muita coisa acontecendo. Acho que o estudante deve explorar ao máximo esse mundo e conhecer muita gente, construir relacionamentos, envolver-se com assuntos diferentes, experimentar e descobrir. Uma das mais importantes vivências que a universidade pode proporcionar é a da diversidade. Saber conviver com pessoas de origens, crenças, visões de mundo, sotaques, etnias e interesses diferentes é essencial na realidade globalizada que vivemos.

Como identificar e saber explorar características pessoais? Por exemplo, uma pessoa tímida pode aprender a lidar com isso e crescer profissionalmente? Uma pessoa extremamente sincera pode usar isso a seu favor ou sempre será um problema a ser escondido?

É preciso investir no autoconhecimento, que passa pelo reconhecimento dos nossos limites e potenciais, medos e talentos, qualidades e dificuldades. Todos nós temos pontos fracos, que precisam ser trabalhados, e pontos fortes, que devem ser potencializados. O importante é que cada um se aceite como é, sem a pretensão de seguir os modelos de sucesso que existem por aí; procure se aperfeiçoar sempre, mas sem perder sua identidade; e siga o caminho com o qual se identifica.

O diploma universitário ainda é considerado uma porta para o mercado de trabalho que potencializa as chances de se alcançar o sucesso. No futuro, ele terá a mesma relevância ou outras aptidões tendem a desvalorizá-lo? Cursos técnicos e seqüenciais, de curta duração, ganharão cada vez mais espaço?

A educação formal sempre terá sua importância, pois é ela que nos dá a base para exercer uma profissão. Um dia talvez possamos fazer "download" de conhecimentos para a nossa mente como no filme Matrix, mas até lá parece que precisaremos da escola para aprender, não importa se o curso for técnico ou acadêmico, virtual ou presencial, curto ou longo. A questão que realmente chama atenção hoje em dia é como as pessoas estão conduzindo sua carreria profissional, e aí vemos duas grandes tendências. Uma é a multifuncionalidade, ou seja, o exercício de várias profissões ao longo da vida. O profissional moderno já não se prende à sua área de formação, e assim temos advogados lidando com finanças, engenheiros fazendo marketing, médicos administrando empresas. Cada vez mais, as pessoas estão em busca de novos desafios e horizontes - o que, aliás, as empresas vêem com bons olhos, pois precisam de executivos versáteis, que tenham uma visão global dos negócios e grande bagagem profissional. Outra tendência é o auto-emprego. Mais do que uma atitividade econômica, auto-emprego é uma postura de vida na qual o profissional faz de seus talentos, competências e experiências um negócio próprio. O conceito de auto-emprego tem a ver com autonomia e a consciência de que em qualquer lugar ou circunstância o profissional poderá ganhar a vida, seja como empregado, autônomo, empresário, prestador de serviços, consultor ou o que for. Ter esse senso de autonomia dá uma segurança interna muito grande, pois tanto faz trabalhar para uma organização ou diretamente para o mercado. Que qualidades e competências apontaria como fundamentais para o bom profissional do futuro? Como as pessoas podem desenvolver tais qualidades e competências?
Profissional do futuro ou do presente? Vamos olhar para as qualidades de que o profissional precisa hoje, pois o presente é o que realmente temos – e olhe que já não é pouca coisa. Mencionei aqui algumas das qualidades e competências que acho mais importantes, como automotivação, autoconhecimento, criatividade, adaptabilidade, capacidade de relacionar-se bem, espírito empreendedor, ousadia, visão de futuro. Poderíamos lembrar ainda de muitas outras, mas acho que essas duas grandes tendências de que falamos – multifuncionalidade e auto-emprego – sintetizam bem o perfil do profissional de sucesso: uma pessoa que sabe o que busca, está sempre disposta a aprender, não teme a mudança e tem grande confiança em si mesma.

Que dicas de cursos, leitura ou atividades recomendaria?

Fica difícil indicar alguma coisa em meio a tantos recursos de que as pessoas dispõem para se desenvolver... E na verdade isso nem é preciso, pois a partir do momento em que elas decidem seguir o caminho do autodesenvolvimento, acabam encontrando o melhor para si naquele momento. "Os olhos vêem o que estamos buscando", é o que sempre digo. Para quem quiser se aprofundar nas questões dessa entrevista, acho que vale a pena conhecer meu último trabalho – a coleção Sua Carreira, Seu Sucesso, que acabo de lançar pela Editora Saraiva. São três livros: O que a universidade não ensina e o mercado exige; Como manter sua carreira em ascensão; e O auto-emprego é sua carta na manga.

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