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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Bom observador: uma das características da boa liderança

Bom observador: uma das características da boa liderança

Há algo de estranho no líder que não é atento e sensível às necessidades das pessoas. Para fazer isso é necessário prestar atenção em cada colaborador, consciente de que cada pessoa é diferente.
Por Anderson Carobressi

A falta de tempo tem sido uma das principais razões (ou desculpas) que nos tem levado a sermos pouco observadores do desenrolar da vida. Outro dia estava tomando um café em uma dessas mega-livrarias e sentei-me no balcão. Passei a observar as atendentes e baristas. Todas elas muito solícitas, apesar de bastante ocupadas. Porém, uma delas me chamou a atenção. Suas mãos tremiam ao colocar a xícara sobre o pires. Bem baixinho ela falava: "Não vou conseguir...Não vou conseguir..." Mesmo com a enorme agitação de uma cafeteria no horário de almoço, uma das atendentes (talvez a supervisora do local), aproximou-se da moça que estava quase em estado de pânico e disse: "Calma, você vai conseguir, sim." Isso aconteceu mais uma vez ainda, até que eu me levantasse.

Talvez o que menos tivesse sobrando naquela cafeteria era tempo. Uma fila grande a ser atendida, vários cafés para serem tirados e ainda assim alguém encontrou tempo para dar suporte a outra pessoa. É uma questão de atitude, de acreditar que aquilo realmente poderia mudar uma situação.


Os profissionais que se encontram em posição de liderança são convidados a esse desafio diário: desenvolverem a sua equipe de forma saudável e sustentável. Mas como realizar essa árdua tarefa se a agenda diária é massacrante, além da constante cobrança por metas cada vez mais elevadas?

Primeiro, todo o líder deve estar convicto de que uma de suas principais funções, senão a principal, é a de desenvolver o seu time. Isso já foi falado de muitas formas e maneiras, mas por ser tão simples parece não ser tão valorizado. Para que isso possa tornar-se efetivo é necessário que o líder reveja seus próprios conceitos e valores. Será que aquele que lidera realmente entende a importância de ser um facilitador para que outros realizem melhor o seu trabalho?

Segundo, há também o aspecto da centralização. Muitos gerentes e supervisores não sabem delegar, "concorrem" com seus colaboradores, pois acham que compartilhando e descentralizando irão perder o poder; na verdade estão ameaçados de perder o emprego se não souberem como trabalhar em equipe para obterem o máximo de rendimento.

Finalizando, ainda que estejamos tratando de uma "equipe", ela é formada por pessoas com características, virtudes e limitações variadas. Traçar metas coletivas é algo positivo, mas esperar que todos tenham um desempenho linear, como máquinas, seria ignorar as nuances da vida. Por isso é tão importante que o líder acompanhe de perto seus colaboradores e os conheça bem. Não caia no erro de tratar todos da mesma forma. Alguns se sentem estimulados à medida que o desafio aumenta e querem sair correndo pra fazer alguma coisa a respeito. Outros são mais reflexivos e planejadores; seus impulsos são mesclados por uma alta dose de razão e bom senso. A questão não é julgar quem é melhor ou quem é pior. O importante é que haja uma harmonia e complementaridade na equipe, pois todos são importantes dentro de suas características. Claro, todos têm habilidades a serem desenvolvidas, porém geralmente essas necessidades diferem para cada pessoa.

Portanto, você que é líder, se ainda não tem o hábito de investir um tempo observando e analisando o comportamento do seu time, sugiro que comece a partir de agora. Desenvolva, oriente e treine as pessoas conforme suas necessidades para que elas se sintam mais motivadas e possam realizar as atividades para as quais foram chamadas com mais autonomia e maturidade. Eles ganham, você ganha, a empresa ganha.

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