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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Líder: antes de tudo, conheça a si mesmo

Líder: antes de tudo, conheça a si mesmo

A importância do auto-conhecimento para líderes tornarem-se mais efetivos em suas realizações profissionais (e também pessoais)
:Por Anderson Carobressi

Recentemente li uma pesquisa do Instituto Gallup que diz que empregados engajados são mais produtivos. Eles são mais rentáveis, mais focados no cliente, mais seguros e mais propensos a resistir às tentações de trocar de emprego. Talvez não seja necessário recorrer a uma pesquisa para chegar a essa conclusão, insinuantemente óbvia. A questão toda reside no seguinte: como engajar, motivar e envolver os funcionários de uma equipe?

Fiz uma palestra há poucos dias para um auditório de estudantes de administração. Falei sobre liderança, já que todos ali serão futuros administradores e possivelmente estarão nessa posição daqui a algum tempo.

Dentre os vários assuntos ligados ao tema, resolvi abordar a questão do auto-conhecimento. Uma visão eminentemente comportamental.

Se visitarmos Herzberg e sua Teoria dos Dois Fatores, vamos relembrar de que os fatores higiênicos são aqueles que podem causar insatisfação caso não estejam atendidos: salário, segurança, ambiente de trabalho, entre outros. Já os fatores motivacionais podem levar o funcionário à satisfação: desenvolvimento, realização, reconhecimento e responsabilidade. Talvez um tópico que tem tomado grande dimensão em nossos dias não tivesse o mesmo peso à época da Teoria: o diferencial das lideranças em suas equipes.

Liderar é uma responsabilidade conjunta, tanto do próprio líder quanto da organização que o encarrega da função. Daí, a pergunta inevitável: os líderes estabelecidos estão preparados para engajar as pessoas?

Minha visão é que para isso acontecer é necessário uma alta dose de auto-conhecimento por parte do líder. E isso muitas vezes não se alcança sozinho. Um programa estruturado que permita ao líder investir tempo para refletir sobre suas atitudes, seus valores, crenças é muito positivo, pois auxilia a realizar as mudanças necessárias. Não me prendo aqui à forma, pois existem vários programas bem estruturados em diversos formatos. Já participei de um onde fiquei retirado por três dias, em um lugar com muita natureza, propício para a reflexão e tomada de decisões.

Quando o líder se questiona sobre os valores mais arraigados dentro de si pode descobrir coisas que o impedem de alçar voos maiores. Às vezes o preconceito, medos e padrões de comportamento seguem um trilho incompatível com as demandas dessa era da informação e do conhecimento em que vivemos, aberta a tudo e a todos.

A lista de exigências sobre o líder de hoje é grande. Fala-se muito sobre criatividade, inovação, capacidade empreendedora, entre outras coisas. Talvez amanhã as habilidades exigidas mudem, mas é importante que se tenha uma visão que almeje o equilíbrio pessoal e profissional, considerando: 1) os objetivos e metas e serem alcançadas, 2) a capacidade e habilidade necessárias para tal e 3) a atitude correta, a vontade e o desejo de chegar lá.

E por que o auto-conhecimento tem valor?

Primeiro, antes de que seja determinado objetivos e metas a alguém, é necessário que os valores, princípios e crenças pessoais estejam alinhados a isso. Trabalhar por dinheiro ou por um punhado de benefícios não traz motivação a ninguém. O líder autêntico acredita na missão de uma organização porque, no fundo, essa missão "casa" com seus valores pessoais. Por isso é tão importante se conhecer para investir os esforços naquilo que realmente se acredita;


Segundo, as maiores oportunidades de aprendizado e desenvolvimento profissional se dão no próprio trabalho, não dentro da sala de aula. Como se aprende a ser criativo, inovador e empreendedor? Tento oportunidade de fazê-los, e para isso o líder dependerá do trabalho e ajuda de outros colaboradores, por isso é cada vez mais fundamental aprender a relacionar-se com os mais variados tipos de pessoas;

Terceiro, a atitude de um líder impacta outras pessoas, direta e indiretamente. A equipe, por exemplo, é capaz de "dar o sangue" a um líder autêntico, comprometido com os objetivos estabelecidos, que saiba dar valor aos colaboradores, incentivar, motivar, corrigir e indicar caminhos. Alguns "chefes" ainda estão no século passado, trabalhando em suas mesas com o chicote na mão. Acham que a produtividade e a eficácia da equipe serão alcançadas por medo ou coação. Por isso a auto-avaliação sincera e profunda muitas vezes se faz necessária, pois ela trará a tona muitas barreiras pessoais e permitirá que se trabalhe com elas a fim de diminuí-las ou eliminá-las.

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