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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Projeto de Vida - o homem é responsável por si

projeto existencialista é no mínimo muito interessante pois coloca nas nossas mãos a responsabilidade sobre nós mesmos e sobre o mundo em que nós vivemos.

Você vê de maneira otimista ou pessimista a responsabilidade de ser o autor da própria vida?

O trecho que achei mais perturbador é o que descrevo a seguir:

O homem…é… um conjunto de possibilidades que vai se atualizando no decorrer de sua existência. Ele é livre para escolher entre muitas possibilidades, mas a sua escolha é vivenciada com inquietação, pois a materialidade de seu existir não lhe permite escolher tudo – cada escolha implica a renúncia de muitas possibilidades.

(FORGHIERI, 1984, p.17)

Pode parecer óbvio, mas, sinceramente, nunca parei para refletir sobre isso. Quanto mais o tempo passa, mais somos responsáveis sobre nossas ações. Assim, maior o efeito que essas ações têm sobre nossas vidas.

Pensar que a cada escolha que fazemos significa renunciar as demais possibilidades da nossa vida é inquietante.

Quem nunca tomou uma decisão e, depois de se passar alguns anos, parou e indagou: como seria se eu tivesse optado por um outro caminho???

Bom… achei o artigo super pertinente, mas vou parar de comentar. Segue o artigo na íntegra. Enjoy!

A IMPORTÂNCIA DO PROJETO DE VIDA

Letícia Maria Paes


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RESUMO
Este texto trata da importância do projeto de vida. A princípio discuto a perspectiva fenomenológica e existencialista. Depois, o projeto de vida, a partir de do texto “O existencialismo é um humanismo” de SARTRE. Finalizando, abordo a existência e o envelhecimento, a partir das reflexões do texto “Perdas e ganhos” de LUFT.Palavras-chave: projeto de vida, existencialismo, envelhecimento.A QUESTÃO EXISTENCIALISTA E A FENOMENOLOGIA
Nesse preâmbulo não pretendo embrenhar-me em questões demasiadamente densas no que diz respeito à filosofia. Pretendo apenas introduzir a questão por essa vertente e discutir as perspectivas e projetos de vida.
Esse texto pretende auxiliar nas reflexões referentes ao projeto de vida. Para tanto, inicio a discussão com uma breve apresentação do existencialismo e da fenomenologia, pois é a maneira pela qual compreendo os temas aqui abordados.
A fenomenologia surgiu como método que procura chegar ao fenômeno e captar sua essência, em contestação ao método experimental, que em busca da objetividade “pura” via o sujeito e o objeto como “seres” separados e independentes. Dessa maneira, no que tange as ciências humanas, o homem acabou percebido como um objeto como tantos outros.
Para contrapor essa idéia nos meios científicos, alguns pensadores procuraram resgatar a subjetividade e ressaltar sua importância. Desse movimento surgiram questões referentes à existência do homem e sua maneira de ser-no-mundo.
Um dos autores que discutiram essa questão foi HUSSERL. Com ele aprendemos que:… o homem é um ser consciente e que a consciência é sempre intencional, ou seja, ela não existe independentemente do objeto, mas é sempre consciência de algo. Assim, também o mundo, não é em si, mas é sempre um mundo para uma consciência. Nega tanto a pura subjetividade quanto a pura objetividade e, conseqüentemente, valor do método experimental, objetivo, e do conhecimento elaborado através dele. Contesta a ciência objetiva e propõe, então um “voltar às próprias coisas” ou às raízes do conhecimento, ao fundamento do inegável, que é a intencionalidade da consciência, ou o fenômeno. Este só pode ser encontrado no mundo vivido, que é a experiência básica, primordial do ser humano; ela é pré-reflexiva e anterior à separação entre consciência e objeto, entre sujeito e mundo. (FORGHIERI, 1984, p.15)Ainda nessa perspectiva, para HEIDEGGER, discípulo de HUSSERL:O existente só pode se compreender em sua relação com o mundo, relação na qual cria o mundo, ao mesmo tempo em que é criado por ele. O homem não é uma coisa entre outras coisas; ele “é aqui”, num sentido autolocalizado e autoconsciente, numa relação constante com os objetos, as pessoas e as situações. O mundo independente dele, existindo por si mesmo, só aparece através da sua reflexão – o que há primordialmente é o mundo para ele. (FORGHIERI, 1984, p.15 e 16)Nessa perspectiva, o sujeito passa a ter um papel primordial na relação com o objeto de conhecimento. E com HEIDEGGER as idéias existencialistas retornam com grande repercussão, depois de duas guerras mundiais catastróficas.
As filosofias da existência ou existencialismos ganharam espaço no século XX, apesar de alguns autores apresentarem como características questões geradoras semelhantes, muitos anos antes, como é o caso de Kierkegaard (ABRÃO, 1999). De maneira geral, essas filosofias procuraram resgatar a subjetividade humana, a partir da premissa de que a existência precede a essência. Na verdade, pode-se chamar de existencialismos porque muitos foram os enfoques dados pelos mais diferentes autores, como Scheller, Jasper, Landsberg, Berdiaeff, Marcel e Mounier, Sartre, Heidegger, Merleau-Ponty, Hippolyte, Beauvoir e Camus, entre outros.
O ponto de convergência entre os autores dos existencialismos é a questão da existência e da essência do homem. Na perspectiva apresentada por SARTRE: durante sua existência o homem vai fazendo as escolhas que constituem seu projeto, o qual o define. Portanto, é através desse prisma que discuto o projeto de vida nesse texto.
Na perspectiva existencialista o homem:

…é… um conjunto de possibilidades que vai se atualizando no decorrer de sua existência. Ele é livre para escolher entre muitas possibilidades, mas a sua escolha é vivenciada com inquietação, pois a materialidade de seu existir não lhe permite escolher tudo – cada escolha implica a renúncia de muitas possibilidades. (FORGHIERI, 1984, p.17)

SARTRE coloca que o existencialismo proporciona ao homem uma perspectiva otimista sobre a vida, colocando-o como responsável por suas ações e escolhas:
… é necessário que o homem se reencontre a si próprio e se persuada de que nada pode salvá-lo de si mesmo… Neste sentido, o existencialismo é um otimismo, uma doutrina de ação… (SARTRE, 1970, p. 22)

De fato, as escolhas realizadas sinalizam nossa intencionalidade e apresentam todas as possibilidades excluídas. Por isso SARTRE diz que o homem está condenado a inventar-se a cada instante, ou seja, é preciso criar-se com as circunstâncias que se apresentam. Sempre com responsabilidade perante aos outros. O existencialismo reconhece a liberdade e a responsabilidade de cada ser humano, sendo assim, ambas lhe são intrínsecas.
Porém, a vida não é linear e programável. As escolhas que se apresentam, das mais simples às complexas nos revelam as contradições da existência:

E a nossa vida está cheia de aspectos que se opõem mas que são coexistentes. Assim, embora sendo determinados pelos condicionamentos, também somos livres para escolher, somos animais, racionais, amamos, odiamos, somos voltados para atender aos outros, mas também cuidamos do nosso bem-estar. Finalmente, somos vivos mas também somos mortais. Vivemos e morremos, de certo modo, simultaneamente, pois a cada dia que passa, a nossa existência tanto aumenta, quanto vai se encurtando. No decorrer de meu existir caminho, a cada dia, para viver mais plenamente, assim como para morrer mais proximamente. (FORGHIERI, 1984, p.18)

É a partir desta contradição que permeia nossa vida que abordarei o próximo tópico deste texto: o projeto de vida.

PROJETO DE VIDA
Muitas são as concepções para o termo “projeto de vida”. Dentre elas, opto para essa reflexão da concepção defendida por SARTRE no texto “O existencialismo é um humanismo” (1970). Muitas são as críticas feitas a essa corrente filosófica e, nesse texto, SARTRE procura defendê-la.
Dentre as premissas existencialistas está a da existência preceder a essência:

… o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer… o homem não é mais que o que ele faz. Tal é o primeiro princípio do existencialismo. (SARTRE, 1970, p. 06)

Sendo assim, o projeto de vida tem um sentido de ação: o que foi realizado e o que está por vir:

… o homem, antes de mais nada, é o que se lança para um futuro, e o que é consciente de projetar no futuro. O homem é, antes de mais nada, um projeto que se vive subjetivamente,… nada existe anteriormente a este projeto;… o homem será antes de mais o que tiver projetado ser. Não o que ele quiser ser. Porque o que entendemos vulgarmente por querer é uma decisão consciente, e que, para a maior parte de nós, é posterior aquilo que ele próprio se fez. Posso querer aderir a um partido, escrever um livro, casar-me; tudo isso não é mais do que a manifestação duma escolha mais original, mais espontânea do que o que se chama vontade. Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade de sua existência. (SARTRE, 1970, p.6)

A responsabilidade do homem perante sua vida é o conceito existencialista que mais me agrada porque evita desculpas, subterfúgios ou afins para justificar as escolhas realizadas. Com isso não perco de vista as diversas circunstâncias (sociais, psicológicas…) e alguns determinismos que nos evolvem para a tomada de decisão. Porém, esse preceito não deixa o homem à mercê de tudo o que o envolve, há um otimismo, há sempre uma alternativa para lidar com as situações que se apresentam.
Nessa perspectiva o projeto de vida tem um papel fundamental. Na concepção de SARTRE as ações o define:

A doutrina que vos apresento é justamente a oposta ao quietismo, vista que ela declara: só há realidade na ação; e via aliás mais longe, visto que acrescenta: o homem não é senão o seu projeto, só existe na medida em que se realiza, não é portanto, nada mais do que o conjunto dos seus atos, nada mais do que a sua vida. (SARTRE, 1970, p.13)

Muitas pessoas sonham, planejam, mas não realizam o que desejam e utilizam as desculpas mais diversas. Normalmente, elas ficam presas a projetos de cunho material: comprar, ter, vender, adquirir bens. Esquecem-se muitas vezes que suas atitudes a constituem como seres humanos e daí vem a concepção de projeto que se estabelece: o homem não é aquilo que adquiriu, mas suas ações durante sua vida, a maneira como viveu. Não se mede o valor do projeto de um homem pelos bens adquiridos em sua existência, mas pelas atitudes e compromisso com a humanidade, pelo seu senso de responsabilidade e liberdade.
No texto “O existencialismo é um humanismo” SARTRE procura demonstrar de que maneira o existencialismo é de fato um humanismo:

…o homem está constantemente fora de si mesmo, é projetando-se e perdendo-se fora de si que ele faz existir o homem e, por outro lado, é perseguindo fins transcendentes que ele pode existir; sendo o homem esta superação e não se apoderando dos objetos senão em referência a esta superação, ele vive no coração, no centro desta superação. Não há outro universo senão o universo humano, o universo da subjetividade humana. É esta a ligação da transcendência, como estimulante do homem… e da subjetividade, no sentido de que o homem não está fechado em si mesmo mas presente sempre num universo humano, é a isso que chamamos humanismo existencialista. Humanismo, porque recordamos ao homem que não há outro legislador além dele próprio, e que é no abandono que ele decidirá de si: e porque mostramos que isso se não decide com voltar-se para si, mas que é procurando sempre fora de si um fim – que é tal libertação, tal realização particular – que o homem se realizará precisamente como ser humano. (SARTRE, 1970, p. 21)

Para alguns, esta perspectiva do humanismo existencialista pode parecer pessimista, pois imprime ao homem muita responsabilidade por si e pelo outro. Porém, para aqueles que compartilham desse pensamento, a idéia é inteiramente inversa: é um otimismo, no sentido que permite o movimento de escolha, ação e mudanças constantes, pois hoje sou diferente de ontem e de amanhã.

A PERSPECTIVA DE LYA LUFT
Para iluminar através da literatura essa questão utilizarei o texto “Perdas e Ganhos” de LUFT (2004). Ela apresenta uma visão mais suave sobre a mesma questão tratada por SARTRE: a existência humana.
Para a autora:

… viver deveria ser – até o último pensamento e o derradeiro olhar – transformar-se. (LUFT, 2004, p. 16)

Nessa obra LUFT apresenta um conceito “novo” de existencialismo, mais sutil, mais leve e até certo ponto compreensivo:

Escrevo continuamente sobre sermos responsáveis e inocentes em relação ao que nos acontece. (LUFT, 2004, p. 16)

A inocência vem daquilo que desconhecemos, ignoramos ou mesmo não atentamos quando optamos por determinado caminho. Existem situações que fogem ao nosso controle e nos mostram como podemos ser frágeis perante a dinâmica da vida.
O texto de LUFT fala ao coração. Leva a reflexão pelo sentimento, pela emoção e não pelos caminhos rígidos da racionalidade. Durante todo o texto, ela reflete sobre o papel da família, a vida e seus conflitos, o processo de envelhecimento, entre outros.
Das reflexões que ela propõe em sua obra duas serão pertinentes na discussão desse presente artigo: a questão da existência e o processo de envelhecimento.
A perspectiva de LUF em relação à existência é mais suave do que a apresentada por SARTRE. As afirmações dele são mais duras, nada comparáveis ao toque leve que a literatura e a feminilidade de LUFT apresentam.
Em dado momento ela compara as plantas de seu jardim, que cuida diariamente, aos seres humanos, grifando que a diferença entre ambos, é que o último pode pensar. Ela diz que o homem:

Pode exercer uma relativa liberdade. Dentro de certos limites, podemos intervir. Por isso, mais uma vez, somos responsáveis, também por nós. Somos no mínimo co-responsáveis pelo que fazemos com a bagagem que nos deram para esse trajeto entre nascer e morrer. Carregamos muito peso inútil. Largamos no caminho objetos que poderiam ser preciosos e recolhemos inutilidades. Corremos sem parar até aquele fim temido, raramente nos sentamos para olhar em torno, avaliar o caminho, e modificar ou manter nosso projeto pessoal. (LUFT, 2004, p.27)

O conceito de projeto pessoal elaborado por LUFT é mais flexível e mais embasado na psicologia. Em alguns momentos ela retrata os movimentos de mudança que se instalam na vida e a importância do projeto:

Sair do estabelecido e habitual, mesmo ruim, é sempre perturbador. O desejo de ser mais livre é forte, o medo de sair da situação conhecida, por pior que ela seja, pode ser maior ainda. Para nos reorganizarmos precisamos nos desmontar, refazer esse enigma nosso e descobrir qual é, afinal, o projeto de cada um de nós. (LUFT, 2004, p. 34)

Essa fala de LUFT traz a parte principal da reflexão aqui proposta: a importância do projeto de vida ou, projeto pessoal como ela coloca. O que nos impulsiona, não nos faz desistir de tentar, ou mesmo de viver, são os projetos que temos, o desejo de liberdade, a coragem de enfrentar o novo, seja ele uma situação nova, ou uma nova maneira de lidar com a situação antiga. Ainda assim, somos responsáveis perante a vida (e nós mesmos) por aquilo que fizermos.
Sendo assim, a idade em que me encontro não deve ser um entrave ou uma desculpa para minhas realizações. Por que não ter um projeto aos 70 anos de idade?

ENVELHECER COM OTIMISMO?
Sim, envelhecer com projetos, melhor, viver com projetos, ou ter projetos para viver. Assim seria nossa vida se pensássemos mais nos ganhos que tivemos (e temos) durante a vida do que nas perdas.
De uma certa maneira, essa é uma das mensagens mais significativas que LUFT traz em suas reflexões sobre a vida durante o livro, principalmente, no que diz respeito ao processo de envelhecimento, visto como um problema, um mal a ser combatido por nossa sociedade.
Com isso, ela não deixa de tratar da perda, das dores sofridas no decorrer da vida e da importância de estarmos atentos ao nosso projeto pessoal. Ela fala, inclusive da necessidade de sentirmos a dor, mas não nos deixarmos envolver por ela, percebendo que ela se consome em si mesma.

LUFT sinaliza as vantagens de envelhecer:
Amadurecer serve para isso: o novo olhar, na lucidez de certo distanciamento, permite compreender aspectos nossos e alheios antes obscuros. Por vezes promove-se uma espécie de anistia. Partindo dela podem-se reconfigurar padrões. Gosto de usar a palavra anistiar – melhor que perdão, pois não tem conotação religiosa, nem dá a idéia de que somos bonzinhos perdoando alguém. Nem a nós mesmos. (LUFT, 2004, p. 68)

Essa postura diante da vida promove uma existência mais significativa e feliz. Por isso, insisto na importância do projeto de vida, ou pessoal como coloca LUFT: muitos serão os desafios, algumas as fatalidades, mas sobretudo, existe em cada um o desejo de liberdade e desenvolvimento, esse é o movimento da vida.

Concordo com LUFT quando ela diz que:
Acredito que viver é elaborar e criar: são inevitáveis as fatalidades, doença e morte. O resto – que é todo o vasto interior e exterior – eu mesma construo. Sou dona do meu destino. É mais cômodo queixar-me da sorte em lugar de rever minhas escolhas e melhorar meus projetos. (LUFT, 2004. p. 107)

É importante lembrar que em qualquer momento da vida podemos rever nossas escolhas, inclusive aos sessenta, setenta, oitenta… E segundo LUFT com algumas vantagens:

Finalmente, depois de tantas peripécias parece que ao menos do ponto de vista cronológico amadurecemos. Parece que chegamos a um patamar confortável. Superamos dores, cumprimos tarefas, já realizamos coisas que seriam impensáveis na juventude. Agora é recostar-se para trás e traçar projetos de liberdade: uma viagem, um novo curso, os livros para ler, as dores para esquecer, os amigos a encontrar. Mexer nas minhas plantas. Abrir as persianas e vibrar porque a manhã está deslumbrante e temos uma hora para caminhar nas ruas onde andamos há muitos anos: cada folha, cada muro é um conhecido íntimo – e também isso é bom… A tarefa de viver nunca se conclui… (LUFT, 2004, p.120)

Na verdade, ela se conclui na morte (e para alguns nem com ela). Quais motivos para viver mais e “driblar” a morte? São eles que nos impulsionam nas dificuldades, nos momentos de desilusão ou desespero: o valor que a pessoa dá a si e a sua vida. Com isso não estou pregando o egoísmo ou narcisismo, mas a realização de projetos enquanto ser humano, com vistas ao bem-estar da humanidade.
Isso pode parecer romântico para alguns ou piegas para outros. Porém, quando se chega a uma certa idade, principalmente na velhice, é preciso que se acredite na vida, apesar dos desgostos e das perdas enfrentadas. Perceber, como diz LUFT em alguns momentos do livro, que perdemos muitas coisas (pessoas, ilusões, oportunidades…) porém ganhamos muito mais do que perdemos.
Sem essa perspectiva, ficaríamos inertes ou reclamando do que a vida nos fez, colocando sempre no outro a responsabilidade por aquilo que nos acontece. Nesse sentido, a filosofia existencialista é uma contribuição para essa reflexão, já que ela coloca o homem como responsável por suas escolhas, mesmo com algumas objeções a certos extremismos.

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