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sexta-feira, 23 de abril de 2010

O CORPO FALA (BEM OU MAL) POR VOCÊ

O CORPO FALA (BEM OU MAL) POR VOCÊ
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Letícia Fagundes


Você está sempre de braços cruzados? Mexe muito as mãos ao falar? Balança os pés sem parar? Pode ter certeza que todos esses gestos significam muita coisa. Segundo especialistas, é fato: antes de começarmos a abrir a boca, nosso corpo já diz algo. Às vezes, já diz tudo!

"Na minha opinião, a linguagem dos gestos é mais importante do que a própria fala. Eu considero a linguagem não-verbal um precioso instrumento, que pode atuar a seu favor", afirma a pedagoga Rosana Spinelli dos Santos, que trabalha com linguagem corporal há sete anos.

É fato que os gestos "falam". Para Rosana, a linguagem corporal fornece pistas que revelam os pensamentos, a visão de mundo e como as pessoas são em sua essência. Assim, aprender a "ler" os sinais que o corpo emite pode facilitar as relações de trabalho, pois permite avaliar se o outro está receptivo à sua mensagem (informação importante em uma negociação, por exemplo).

Não é à toa que o curso O Corpo Fala – A Linguagem dos Gestos, ministrado por Rosana, é procurado por palestrantes, professores, comunicadores de um modo geral e profissionais de RH.

Numa entrevista de emprego, por exemplo, conhecimentos sobre linguagem corporal permitem que o selecionador consiga observar algumas características do candidato sem ter de perguntar diretamente sobre as mesmas. Já o candidato pode evitar gestos que deponham contra sua imagem diante do entrevistador.

De antemão, Rosana já traça algumas dicas para esse momento:
• Não mexa muito as mãos. O ideal é deixá-las sempre no colo.
• Não balance muito as pernas, porque você parecerá ansioso.
• Sempre olhe para os olhos do entrevistador, mas não de forma a inibi-lo. A única parte do ser humano que não mente é o olho.

A especialista garante que, se começar a policiar a sua linguagem corporal, você estará um pouco à frente dos concorrentes. E ela dá outro exemplo de uma situação comum no ambiente de trabalho. "Se eu sei que o meu chefe quase não me olhou na cara em determinado dia, eu não vou fazer nenhum pedido ou solicitação importante, porque ele não está bem, não está legal. Querendo ou não, a gente leva para o trabalho as nossas frustrações pessoais de dia-a-dia mesmo. Se você aprender a ler essa mensagem corporal, começará a ter respostas mais positivas e, como conseqüência, você e a empresa crescem."

A fonoaudióloga Renata Garcia Alloza, diretora do COMUNIK (empresa especializada no aprimoramento da comunicação profissional) e consultora do Instituto MVC (consultoria em educação corporativa), ressalta a importância dos gestos na comunicação pessoal. "Hoje em dia não é novidade para ninguém que a forma como eu me comunico é um diferencial nos meus relacionamentos e no meu posicionamento no mercado."

Ela exemplifica com uma apresentação no ambiente de trabalho. "Muitas vezes, os profissionais se preparam muito em relação ao conteúdo: fazem pesquisas, têm dados, gráficos, tudo sob domínio. Mas a maneira como ele transmite aquilo não é a melhor. É aí que um trabalho tão apurado e cuidadoso fica comprometido na sua clareza."

Fonoaudióloga, Renata alerta para os cuidados com a voz. Segundo ela, um líder que tem voz fraca e/ou trêmula pode não conseguir transmitir a credibilidade necessária para a função, mesmo sendo um ótimo profissional. "Nossa voz também deve ter um bom impacto, temos de cuidar dela. Uma voz rouca, que falha a toda hora, não traz uma comunicação saudável e eficaz. É um ruído."


TRANSPARÊNCIA

A linguagem não-verbal é importante e estratégica, mas não consegue esconder a personalidade ou ludibriar o interlocutor. As especialistas Renata e Rosana alertam que saber que "o corpo fala" pode ajudar a amenizar falhas, mas é importante ter consciência de que os gestos sempre estarão em conformidade com aquilo que você pensa e fala. Não adianta mentir e achar que não será descoberto por causa da linguagem corporal.

O mais importante é compreender o quanto os recursos não-verbais podem colaborar para uma comunicação segura, com credibilidade, cordialidade, assertividade e objetividade, tornando-se assim eficaz, expressiva e carismática. Portanto, não fique refém de regrinhas. Ter estilo próprio é fundamental. Utilizar a expressividade corporal a seu favor é ainda mais importante. Observe, então, algumas atitudes corporais positivas, segundo Renata:
• Postura corporal – A postura tem uma íntima relação com a projeção vocal. Procure manter o tronco ereto e os ombros livres de tensão, pés alinhados com o corpo, sem desvios marcantes. Mantenha o seu corpo sempre voltado ao interlocutor ou à platéia. Quando necessitar olhar para a tela, em uma apresentação, sugerimos retornar rapidamente, mesmo que precise voltar a olhar mais vezes. Falar olhando para a parede prejudica a projeção da voz e distancia dos interlocutores. Ter os conteúdos bem conhecidos e incorporados ao seu discurso facilita a manutenção da postura corporal voltada para o público.
• Mãos e braços – Use os gestos feitos pelos braços e mãos, porém de maneira suave, sem movimentos amplos demais e sem repetições excessivas. Sugere-se não utilizar, em nenhuma situação, as mãos nos bolsos, os braços cruzados ou posicionados para trás. O ideal é manter os braços ao longo do corpo ou na linha média (cintura). Quando entrelaçar os dedos, mantenha os indicadores também abaixados.
• Balanceios - Evite balanceios do seu corpo, como se ficasse na ponta dos pés, assim como qualquer outro balanceio - de pernas, pés (quando sentado), braços ou ainda da cabeça. Leves movimentos de cabeça devem ser utilizados em sintonia com as variações na voz. Nenhum movimento de cabeça pode demonstrar apatia ou rigidez.
• Olhar – Mantenha sempre o olhar na direção do seu interlocutor, demonstrando sintonia e interesse. Em ambientes maiores, alterne o seu olhar para todas as direções, envolva e demonstre atenção por todo o público. Os olhos têm o poder de expressar emoções: brilhantes demonstram motivação, entusiasmo e felicidade; ofuscados, desânimo, insegurança e tristeza. As sobrancelhas também devem ser consideradas: evite movimentos excessivos de levantar e abaixar, assim como mantê-las franzidas (isso gera uma imagem de preocupação e seriedade).
• Sorriso – Um leve sorriso pode acompanhar o seu discurso, principalmente ao abordar aspectos positivos, conquistas e bons resultados. Demonstra simpatia, paixão e envolvimento com o que tem a dizer, além de interação com os seus interlocutores. Ser gentil faz muito bem

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