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sábado, 28 de março de 2015

Saudades....

Saudades.... Tenho saudades dos passeios juntos à natureza, do mato, do leite tirado na hora na beira da mangueira, quentinho com canela. Que delícia. Depois apanhar a fruta do conde direto no pé. Tenho saudade da luz de lampião e ouvir as histórias que os tios contavam e assustavam sobre assombrações. A luz elétrica não havia chegado. Saudades de andar a cavalo na estrada, onde tudo era muito longe para comprar na venda algumas guloseimas. Neste passeio curtia os pássaros, o cheiro da terra, o colorido do mato, o brilho do sol, a convivência com as pessoas, a conversa olho no olho, a curiosidades das estórias do tio. Tenho saudades das viagens de trem nas férias para visitar as primas. O sacolejo, os passeios internos no trem, o piquenique dentro e muita alegria, risadas, os tuneis de muita escuridão e a insegurança o medo, a beleza encantadora da natureza, as paradas nas estações, o entra e sai dentro do trem. A curiosidade dos novos passageiros. Não tinha problema a demora da viagem, tudo era muito divertido. A interação com as pessoas, as conversas, havia convivência, curiosidade sadia, aprendizado, fazíamos novas amizades. Tenho saudade de subir nas árvores, comer amora, caqui, bergamota, laranja. Fazer piquenique com as amigas no verde e parque pertinho de casa. Tenho saudade do almoço no domingo, visita da família, onde tinha refrigerante ; sim, pois este era somente quando havia visita. Na semana era Ksuco. Tenho saudades dos passeios, domingo era dia de visitar as Vó(s), ir a pracinha, passear de ônibus e a noite sair passear de carro para comprar revistinhas de estorinhas da Mônica, Luluzinha, Tio Patinhas, Pato Donald... Como era bom este tempo. Tenho saudade do Natal, da união na família, na ceia todos juntos, a família reunida. Esperar o Papai Noel era uma festa, a curiosidade da espera para saber se os presentes solicitados seriam atendidos. Na rua todos juntos na espera deste amado ser. Muita alegria que contagiava. E a Páscoa, fazer as cestinhas, esconder para que ele a procurasse e enchesse de muitas guloseimas. No domingo todos acordavam muito cedo, sem preguiça, para ver se a visita havia se concretizado. Tenho saudade destas datas festivas que tinham muita energia, era muito diferente dos dias de hoje. Atualmente não temos esta intensidade . Hoje temos troca de mercadorias e não troca, interação de sentimentos. Tenho saudades das brincadeiras com as primas, de fazer cabanas, vestir roupas de adultos e montar cozinha, fazer comidas, um grande desejo de tornar-se adulta antes da idade certa. Triste ilusão, quando somos crianças desejamos ser adultos e quando adultos desejamos retroceder e voltar a ser crianças. Somos eternos insatisfeitos. Tenho saudades do passeio no balneário do Verde com os avós, toda a família reunida. Saudades das brincadeiras sadias ( esconde esconde, stop, pega pega, passar anel, contar piadas ) a tardinha com a turma da rua, os encontros , as conversas até tarde, os flertes, sempre tinha um vizinho(a) nova que precisava conhecer o grupo. Tenho saudades do início escolar, passeios da escola, atenção dos professores, do respeito que havia entre professor e aluno e aluno e professor. Os anos foram passando e as responsabilidades foram aumentando. Enfim 15 anos, festa, namorado, primeiro amor, sempre marca. Você acha que o mundo irá acabar com o término do namoro. O tempo passa e você vê que tudo passa e o mundo não acaba. Novos amores surgem, decepções, conquistas, a vida continua, novas alegrias, amadurecemos. Vem as conquistas, a busca da profissão, a chegada deste caminho. Novos horizontes, nova estrada, novas escolhas. Surge a família. Enfim chega a fase adulta e juntos as muitas responsabilidades, entramos em um mundo selvagem, precisamos estar preparados e saber se defender é a lei. Desistir com os obstáculos, nunca. Eles servem somente para nos tornar mais fortes. Conhecemos novos amigos, alguns verdadeiros para o sempre, outros decepc ionantes. A vida avança, vem os filhos, nosso reflexo, nosso tesouro, nosso chão. Bens sem valor de venda. A ética, o exemplo é a base. Saudades das pessoas que fizeram parte da família e Deus escolheu para lhe fazer companhia. Com certeza estão nos amparando e zelando por nós. Enfim é tanta saudade que sufoca, mas por outro lado como é bom ter saudades é sinal que vivi e tenho o que lembrar, não deixei a vida passar em branco. Viva a vida!. Obrigada a Deus por oportunizar aprendizado, amigos, família , alegria, decepções, sabores e a beleza da natureza.

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